Chegar mais depressa é sempre bom?
Há uns dias atrás estava a passar o fim de semana na minha casa de campo, e no sábado e domingo era dia de festa.
Para além de toda a animação, havia um almoço de porco no espeto, que atraiu gente de diversas terras vizinhas, na perspetiva de comer e beber “à borla”…
Perto da hora do almoço, chegou uma quantidade enorme de motorizadas, a maioria num estado impecável, como novas, bem restauradas, aparentemente num passeio organizado, e que previa uma paragem para reabastecimento de líquidos e sólidos, ali.
Pelo aspecto genericamente “anafado” dos condutores, ia ser um momento alto do trajecto.
A chegada delas coincidiu com o meu passeio matinal a pé, que permitiu observar uma cena muito curiosa.
Estava uma enorme confusão de carros estacionadas na rua estreita, e um dos organizadores estava no cruzamento a indicar aos motociclistas um local para estacionar, do outro lado do espaço do almoço, de forma a evitar que a confusão se agravasse.
Eis senão quando vejo aproximar-se uma motorizada que destoava das outras, com um especto deplorável, conduzida por um sujeito muito magro, muito desleixado.
Que foi o único que não obedeceu às indicações do organizador, e, quase atropelando alguns transeuntes, foi a direito para a porta de entrada do local onde iria ter lugar o almoço.
Continuei o meu passeio, e fui pensando: haverá alguma correlação entre a atitude de desrespeito e desobediência que foi tomada por aquele sujeito, e os sinais de prosperidade que (não) aparentava?
Como dizia o outro, “vale a pena pensar nisto”…